Como tem expresado sua emoções?

Hoje recebi um e-mail que finalizava com uma pergunta bastante provocativa: 

”E você, como tem expressado suas emoções e suas necessidades ultimamente?”

O contexto dessa pergunta, feita por Thomás Brieu, está pautado na questão da digitalização das relações e das conversas, o que, segundo ele, traduz uma nova relação também com o nosso corpo, já que nos comunicamos através das nossas expressões corporais e contato físico.

Ontem facilitando um curso para vendedores, fui igualmente provocada por uma participante que trouxe esse desafio nas suas interações comerciais: o de “ler” as expressões dos clientes através das máscaras ou telas. 

Assim como Thomás e essa participante, também tive dúvidas de como seria ministrar cursos e palestras através de dispositivos, usando salas remotas, “perdendo” a essência da proximidade, do olho no olho, das conexões que somente o presencial, livre de máscaras, ofereceria.

Reaprendi. Ressignifiquei.

Nesse universo digital ou presencial com essas limitações, ainda existe a possibilidade da conexão, porque a comunicação, repleta de emoções e expressa com sentimentos, é capaz de estabelecer laços e criar solicitude empática (conscientizar-se das necessidades do outro e experimentar um desejo sincero de ir em seu auxílio).

Os diálogos no mundo de interações remotas são tão ricos quanto os diálogos presenciais. Seguimos humanos, necessitados de verbalizar nossos desejos, necessidades e sentimentos. Com as telas, encontramos novas formas de nos expressar e conectar. 

E essa provocação foi pauta de uma longa e profunda conversa entre facilitador e vendedores. Como praticar as etapas de uma venda quando temos essas limitações de acesso físico? Como trazer o cliente para uma interação comercial e travar uma conversa “incômoda” e produtiva?

Perguntando, escutando, provando a escuta. 

Isso não mudou. Seja no mundo digital, seja no mundo presencial, seguimos carentes de atenção, seguimos necessitados de sermos ouvidos, sentindo acolhimento e importância na atenção recebido pelo outro.

Isso vale para todos nós. Somos seres interdependentes, precisamos da interação e da partilha. Isso nos alimenta e fortalece. Isso estabelece vínculos. Isso vende.

“Conversar é frequentar o mundo do outro, como abrir a possibilidade de frequentar o outro e deixar-se ser frequentado.” Humberto Maturana



Élida Fagundes, Head de treinamento T-HEALTH Consultoria, instrutora e facilitadora master, consultora de comportamento humano, educadora e escritora, é apaixonada por gente e por vendas. Coautora dos livros “Coaching, acelerando resultados” e “Coaching de Careira”, é uma eterna aprendiz.

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